A arrogância, a prepotência, a desconexão com a base, a insistência na narrativa de um golpe imaginário, aliada ao fetiche PTista pela hegemonia perante os partidos do campo progressista, elegeu Bolsonaro.
A Estratégia elegeu o candidato do PSL, seus multiplicadores e dentre os partidos tradicionais fortaleceu apenas o PT. Sim, o partido derrotado nas urnas ontem, elegeu o maior número de deputados federais e por isso, terá direito à maior fatia de fundo eleitoral e tempo de televisão até 2022.
Quem perdeu foi o campo nacional desenvolvimentista. Os que ficaram na cláusula de barreiras, como o PC do B, os que sofreram com "fogo amigo" antes do pleito, como o PDT e os inúmeros parlamentares aliados que, por comprometimento ideológico, engoliram suas análises conjunturais próprias e aderiram ao discurso do Partido dos Trabalhadores.
Também perdeu quem foi ameno, como o PSDB.
O MDB diminui consideravelmente. Deixamos de ser uma das maiores bancadas da Câmara e passamos a ocupar o modesto 4° lugar. Apesar de nos mantermos como maior força do Senado, reduzimos nossa bancada e elegemos apenas 3 Governadores no Brasil. Fruto da falta de unidade e do afastamento do partido dos reais anseios do cidadão brasileiro.
É momento de reencontrarmos nossas bandeiras e reconstruirmos um projeto nacional, ouvindo as pessoas, combatendo a corrupção e o caciquismo. Sem adesismos!
Quanto ao novo presidente, faço votos de que os excessos propalados na campanha não passem de retórica eleitoral e que assim tenha sucesso.
Sorte ao Brasil!
* Artigo de Rafael Xavier - Presidente do MDB Curitiba, Conselheiro Nacional e Vice-presidente paranaense da Fundação Ulysses Guimarães