quarta-feira, 19 de julho de 2017

Greca tenta se livrar da sua responsabilidade, mas não dá certo



Nesta quarta-feira (19), o prefeito Rafael Greca postou em seu Facebook que um morador de rua morreu após recusar ajuda da FAS. Jogou a culpa da morte somente na recusa do homem de ir para o abrigo, e completou dizendo que as "forças do mal" insistem no "direito de permanecer na rua", após alegar que o morador estaria alcoolizado e sob efeito de drogas.
Isso tudo aconteceu após a noite mais fria que Curitiba já presenciou neste ano, com temperaturas que beiravam os 0ºC, e que pode facilmente fazer com que os casos de hipotermia cresçam, principalmente dentro do grupo de pessoas em situação de rua. As pupilas dilatam, o tremor começa e a perda de atenção são alguns dos sintomas de quem passa pela hipotermia, contudo, o prefeito, que possui um teto sob sua cabeça e cobertores quentes, talvez não tenha sentido o frio da cidade e descartou completamente a hipótese de morte por este motivo. Greca tem certeza que o homem morreu por via do álcool e drogas.
E se morreu por isso, não seria esse um caso de saúde pública? A dependência química é um caso de tratamento e variável estatística para o Ministério da Saúde. Muitas das pessoas nessa situação não conseguem entender que precisam de ajuda e de abrigo contra o frio. Então, se Greca tenta se isentar da sua responsabilidade por um lado, do outro é quase impossível de vê-lo livre: a saúde, aqui, só chega a uma parcela da população. 
Sabe-se, contudo, que não é possível tirar das ruas as pessoas de forma "compulsória". Para Greca, já que essa saída não é possível, então é mais confortável para o prefeito culpar o próprio homem. Talvez Greca não entenda que há, sim, uma saída: a de realizar ações sociais e de saúde pública em benefício dos cidadãos antes que cheguem a mesma situação do homem que morreu.

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