terça-feira, 11 de abril de 2017
Como Sheherazade tornou-se vítima dos demônios que invocou
No dia de hoje todos nos deparamos com uma tragédia grega: mais uma vez o algoz tornou-se vítima de seus crimes.
Sheherazade, a fabulosa âncora e comentarista do SBT, sempre vista propagando mensagens fortes, dentre elas a defesa do linchamento público e a total punição dos "corruptos", ontem foi calada pela força do machismo e do capital.
Seu empregador, Silvio Santos, ao entregar a ela um prêmio, disse que a contratou apenas para ler notícias com "seu rosto bonito" e, não bastasse, ainda mandou ela comprar uma emissora caso quisesse falar de política. Em suma, mandou-a calar a boca e obedecer e ela, como "bela, recatada e do lar", permitiu a subjugação.
Por mais que odiemos o fascismo com todas as nossas forças, não podemos odiar àquele que o perpetua, sobretudo quando esta pessoa faz parte de um grupo que sofre violências advindas do patriarcado e do conservadorismo.
Sheherazade seguiu seus próprios conselhos e ao não aguentar a democracia, renunciou a ela (https://youtu.be/_h3Pb2XJGSg), propagando um discurso inflado de machismos, fascismos e ódio (vide a imagem acima, quando ao invés de criticar o posicionamento político de Dilma, comparou sua roupa a um tecido de sofá).
Tal fato, inclusive, ocorre de forma alinhada aos demais acontecimentos do nosso país: os batedores de panela estão perdendo seu emprego, os defensores do injusto afastamento da Presidenta passam por dificuldades econômicas, impostos aumentam, a previdência é destruída, as leis trabalhistas estão sobre ataque e, mais uma vez, o estado burguês defende os interesses daqueles que o criaram, deixando a revelia todos aqueles que acreditaram em sua melhoria.
Assim como aqueles que vestiram a camisa da CBF, Sheherazade tornou-se vítima do que defendeu.
Pessoalmente, acredito que as manifestações fascistas ultrapassam o pacto democrático e deviam ser veementemente repudiadas e punidas, porém, diante da crise posta, vejo que a melhor alternativa é se ater a legalidade, e, consequentemente, defender a diminuição das desigualdades sociais e a consolidação da igualdade de gênero, postas pelos artigos 3• e 5• de nossa Constituição.
Se ontem ofereceríamos a outra face em resposta a um ataque, se antes de ontem responderíamos a agressão com mais violência, hoje eu proponho que estendamos a mão: Sheherazade, arrependa-se do seu machismo, do seu fascismo e de seu ódio, pois agora os sentiu na pele, então a história te absolverá.
No mais, MACHISTAS, FASCISTAS, NÃO PASSARÃO!
- Fernando Tozi, acadêmico de Direito, filiado ao PMDB/PR, membro fundador do CORES (Coletivo Respeito), membro fundador do Coletivo Juventude na Ativa e membro do Coletivo Advogadas e Advogados pela Democracia.
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