sexta-feira, 7 de abril de 2017

O grande "go fuck yourself" de Trump


Engana-se quem acredita no discurso humanitário de Trump, que diz travar uma grande batalha contra armas químicas usadas pela Síria. Em menos de meio ano vimos o motivo o qual elegeu Trump, a necessidade do norte americano se sentir dono do mundo.

Seja pela necessidade de isolar e barrar estrangeiros, com muros e restrições em aeroportos, seja pela necessidade de mostrar que é ele que manda, que decide, contrariando decisões da ONU e ignorando protocolos seguidos rigorosamente por todos países democráticos, a questão principal não é o que ele fez, mas como, inclusive este ato poderia ser uma das decisões feitas dentro da ONU, mas dentro, decidida em conjunto.

Ao falar sobre o ataque ocorrido na última terça feira, Trump disse "Esses atos de ódio do regime de Assad não podem ser tolerados", porém a campanha e o mandato todo dele é uma série ininterrupta de ódio e preconceito contra a população que é diferente dele, então resolvi citar alguns exemplos aqui de trechos do presidente imperialista:

"Quando o México manda seu povo aos Estados Unidos, eles mandam pessoas que têm um monte de problemas e trazem estes problemas para nós. Eles trazem as drogas, trazem o crime, são estupradores. E alguns deles, eu confesso, são boas pessoas. Eu iria construir um muro. E ninguém mais entraria ilegalmente. Eu faria o México pagar por isso."

"Só estou interessado na Líbia se nós ficarmos com o petróleo. Se não, não tenho interesse."

"Eu digo que temos que derrotar o EI tirando a sua riqueza. Retiremos todo o seu petróleo. Assim que alguém for lá e recolher todo aquele petróleo, eles não terão mais nada. Você os bombardeia até mandá-los ao inferno, cerca-os e então você entra. E deixe que entrem lá a Mobil e nossas grandes empresas de petróleo."

"Funcionários de alto nível do governo me contaram que, antes da invasão do Iraque, os EUA estavam indo ao país atrás de petróleo. O problema é que o país não conseguiu petróleo algum. Qual é a solução? Devemos capturar a reserva de petróleo deles e recuperar nossos gastos."

"Vou construir um grande muro na fronteira do Sul, e vou fazer o México pagar por ele. Marquem minhas palavras"

"Eu poderia parar no meio da Quinta Avenida e atirar em alguém, e não perderia quaisquer eleitores, ok?"

"No Oriente Médio, temos pessoas cortando as cabeças de cristãos. Eu traria de volta o submarino (técnica de tortura de afogamento simulado) e um monte de coisas piores"



Enquanto isso, os ânimos entre Russia e EUA se exaltam... Cenas do próximo episódio.

Um comentário:

  1. TRUMP e os EUA MATAM.

    Uma análise rápida do ataque à base área da Síria.
    Texto feito ao Grupo de Estudos Geopolíticos do Oriente Médio
    Dr. Assad Frangieh

    Antes mesmo do Presidente Trump ter assumido a administração norte americana, as pressões sobre sua aproximação com a Rússia e uma contrariedade de estratégias com o Ministério da Defesa ficaram evidentes. Os aliados americanos como a Turquia, Arábia Saudita, Qatar, França, Alemanha e Inglaterra (mais súditos do que aliados) se manifestaram como órfãos e impotentes perante os acontecimentos na Síria e a consolidação de alianças da Rússia, do Irã, da China em assuntos do Oriente Médio.

    Algumas observações se tornam importante nesta análise:

    1. Os preparativos vieram antes do ataque da base de armas químicas dos militantes da Al-Nusra e ficou nítido o trabalho da orquestra ocidental e da mídia com discursos pré moldados e enganosos para incriminar o Governo da Síria antes mesmo de qualquer investigação.

    2. O aviso aos russos e aos sírios que deu tempo para a evacuação dos aviões e minimizar a perda de soldados, demonstra que os norte-americanos não estão seguros de um confronto maior com a Rússia e sabem que não há como atingir o Exército Sírio sem os envolver. Morreram 6 soldados e 9 vítimas civis entre as quais crianças.

    3. A defesa russa relata uma eficiência de 60% dos misseis americanos e cita 23 lançamentos e não os 59 informados pelo Pentágono. Seu Ministério de Defesa declarou que as perdas reais foram insignificantes.

    4. Segundo os russos e o Governo Sírio, o único resultado do ataque foi elevar o moral dos combatentes que lutam em Palmyra e que exerceram um ataque simultâneo e sem sucesso. Em resposta imediata, a Rússia informou que ampliará seu sistema de defesa contra aviação militar e agora contra mísseis.

    De qualquer forma, a reunião do Secretário de Estado Rex Tillerson com os dirigentes russos entre os quais o Presidente Russo marcada para os próximos dias, foi para o espaço. Pelo menos até um novo reposicionamento. Em terra, não houve nenhum desequilíbrio de forças. Os avanços do Exército Sírio devem continuar em direção ao leste sendo que a vitória em Mossul irá canalizar mais forças na luta contra o DAESCH dentro da Síria: na logística e nos recursos humanos.

    A Alemanha e a França cutucaram a onça na Ukrânia e acabou com retorno da Cremeia para a Rússia. A Turquia cutucou a onça derrubando um avião e o Erdogan se recolheu e pediu desculpas. Mais recente, Israel cutucou a onça e percebeu que os mísseis da Síria estão liberados e alertados.

    Agora os Estados Unidos – parece mais o Pentágono do que a Administração – cutucaram a onça e a resposta russa veio antes mesmo do Governo Sírio. A Guerra na Síria está caminhando a uma solução favorável ao “Eixo de Resistência”. Esse ataque parece apenas uma tentativa de retardar a coroação daquilo que muitos já admitem: a onça é russa. Ficamos de olho. Afinal isso é o Oriente Médio.

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