por Rafael Xavier*
Amigos leitores, após um final de semana onde os maiores clubes do futebol paranaense ganharam protagonismo internacional pela intransigência da federação que deveria representar seus interesses, não tenho como fugir do tema. Prometo que tentarei não ser repetitivo e buscarei levantar aspectos pouco abordados pela imprensa neste imbróglio.
Amigos leitores, após um final de semana onde os maiores clubes do futebol paranaense ganharam protagonismo internacional pela intransigência da federação que deveria representar seus interesses, não tenho como fugir do tema. Prometo que tentarei não ser repetitivo e buscarei levantar aspectos pouco abordados pela imprensa neste imbróglio.
Há tempos nosso futebol deixou de estampar apenas as páginas esportivas de periódicos e portais da internet. Para além das paixões clubisticas e do espetáculo esportivo em campo, muito dinheiro e influência política permeiam o segmento.
O lobby por aprovação de legislação que favoreceu grandes empresas multinacionais na Copa de 2014, convocações que privilegiam atletas ligados a determinados clubes ou patrocinados por determinadas marcas, a inexplicável não profissionalização de árbitros, as discrepâncias no julgamento de casos idênticos, amenizando decisões contrárias a clubes com maior apelo comercial pelo STJD e os obtusos contratos com a televisão, são apenas alguns dos temas que vieram à tona na história recente do futebol brasileiro.
Se o cenário nacional é péssimo, as sucursais provincianas da CBF agem como sesmarias, onde o dizimo pago à Ordem de Cristo são a organização e venda de direitos sobre competições locais.
Os clubes de futebol, em sua maioria geridos por políticos, agentes de atletas e espertos de toda estirpe, também não são inocentes, mas me parecem hipossuficientes nesta relação de achaque. Dependem dos referidos órgãos, que nada mais fazem senão explorar seus federados.
Há uma evidente tentativa de se transformar os campeonatos nacionais em eterna disputa entre clubes do Rio de Janeiro e de São Paulo, seguindo a fórmula do campeonato Espanhol. Nota-se isto na distribuição da grade de jogos em rede aberta, no formato dos jornais esportivos da Rede de Televisão que detém os direitos da maioria dos campeonatos, e principalmente na distribuição de recursos das quotas de televisão de forma tão desproporcional, que praticamente inviabiliza a competitividade entre clubes da mesma divisão. A dupla AtleTiba buscou driblar esta lógica com uma tendência mundial, a democrática transmissão via internet. Mexeu com grandes interesses, deu no que deu.
A atitude dos clubes paranaenses que preferiram não jogar a cumprir uma decisão autoritária e sem respaldo jurídico de sua federação, parece ter sido um grito de socorro contra o modelo imposto pela CBF. Viva a rebeldia tardia do verde e branco e do vermelho e preto! Que a ação inovadora e a postura firme dos clubes gere frutos e não se revele mera disputa política pela direção da entidade estadual.
*Rafael Xavier é Conselheiro Nacional da Fundação Ulysses Guimarães, tesoureiro estadual da entidade e militante do Novo Movimento Democrático.
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