quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

NOVO MOVIMENTO DEMOCRÁTICO QUESTIONA GRECA

A imagem abaixo foi publicada pelo perfil do prefeito de Curitiba, Rafael Greca, em sua página no Facebook. No "card" que leva o brasão da Cidade, o Prefeito tenta explicar com um gráfico simplório e lacônico, para onde vai o dinheiro da passagem de ônibus mais cara do Brasil. Nossos especialistas ponderam que a explicação não cola e deixa margem para muitas dúvidas.





Após o prefeito Greca publicar a figura explicativa em sua página na rede social, Juliano Geraldi, professor, mestre em urbanismo e membro do nosso Movimento, levantou uma série de questionamentos acerca das  afirmações defendidas pelo Gestor. Passamos a transcrevê-las:


"Há algumas considerações que faço sobre a composição da tarifa:

1. O controle dos custos operacionais (pneus, combustível, peças, etc) é feito pelas próprias empresas. A URBS tem dificuldade em precisar se as empresas realmente gastam o que gastam. O que poderíamos fazer para ter um maior controle sobre esses custos?

2. É possível gerir o transporte público de Curitiba e região com um custo de gerenciamento menor de 4%. Fundir a URBS e a Comec em uma Autoridade Metropolitana de Mobilidade, evitando os conflitos entre os dois órgãos atuais, dando mais segurança ao setor.

3. ISS é imposto municipal. Se é vontade popular tornar a tarifa mais justa, será que a prefeitura não pode abrir mão nem que seja de uma parte disso?

4. A amortização de instalações e ônibus (de 5%) serve para amortizar investimentos feitos em instalações e ônibus. Como podemos nos informar sobre a utilização desses 5%? Há informação sistematizada sobre alguma auditoria realizada na utilização deste valor? 

5. Não sei dizer se 12, 98% são justos ou não, sei que empresa nenhuma vai querer gerir sistema sem ter taxa de retorno do capital, faz parte do jogo. Pergunto se não seria bom uma melhor informação sobre os investimentos futuros. Parte do aumento dado seria para captar dinheiro para aquisição de nova frota; o contrato prevê o investimento como responsabilidade da empresa, mas parece que há um impeditivo (de ordem judicial ou administrativa) sobre o assunto: como a prefeitura está tratando o caso? O dinheiro do aumento para nova frota, é para composição de frota pública ou para as empresas? Com uma frota pública, a prefeitura não poderia modelar melhor o preço da tarifa?

6. sobre os salários e encargos, já não houvesse tanta carga tributária sobre o trabalho, é sempre possível um uso mais inteligente do sistema. O futuro da categoria é a qualificação do trabalho, afinal (não sejamos ingênuos), a eficiência do sistema que passa pela inclusão de tecnologia vai significar, querendo ou não, uma diminuição no número de funcionários (despedimento). Acredito que parte dessas funções (principalmente a do cobrador embarcado) possa ser utilizada para fiscalização do sistema.

7. E a própria inclusão tecnológica em si (cartão, catraca por cartão, bilhete único, integração modal e temporal) pode tornar os processos operacionais cada vez mais eficientes, havendo uma relação mais justa entre o deslocamento do usuário, a gestão do sistema e a modelagem do preço. Como colocar tudo isso em prática dentro das iniciativas, panoramas contratuais e legislativos que temos hoje na cidade?"


As ponderações do Professor Juliano foram publicadas na postagem do Prefeito e até o momento não foram respondidas. 

O Novo Movimento Democrático, que já debateu o tema na Câmara de vereadores no último dia 9 (http://migre.me/w3Rmu), se coloca à disposição da Prefeitura  para analisar minuciosamente os contratos de concessão e construir uma solução alternativa que não impacte desta maneira   no valor da passagem e consequentemente no bolso do cidadão Curitibano.

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