Por Rafael Perich
Procuro não entrar no mérito simbólico do voto em branco/nulo, muito menos no seu impacto no âmbito majoritário (prefeito, governador, presidente e senador). O foco então se dará na esfera proporcional (vereadores e deputados) considerando o sistema eleitoral para avaliar se o voto em branco cumpre seu objetivo.
O voto em branco/nulo para o atual sistema, apenas deixa de considerar aquele número na conta de quociente eleitoral. Isso significa que ao calcularmos quem será eleito e quantas cadeiras cada partido atingiu, o número reduzido de votos válidos (pelos votos em branco ou nulos) faz com que a quantidade de votos necessários para tanto, se reduza.
Para se ter dimensão do quanto se reduz o quociente, a progressão de votos brancos e nulos no estado do Paraná em 2018 fará com que o número de votos necessário por cadeira de deputado estadual seja em torno de 85 mil a 95 mil, isso quer dizer que para eleger um parlamentar, será necessário até 15% menos votos, em comparação com a última eleição, onde o quociente foi de mais de 100 mil votos.
Com menos votos sendo necessários para eleger uma cadeira, a representatividade diminui e com isso mais pessoas assumem um mandato sem atender o interesse deste mesmo eleitor, que deixou de votar nominalmente ou na legenda, por não se sentir representado, ou para supostamente "protestar".
Por fim, se encontra a justificativa de não votar em um candidato "menor" por receio de que este elegeria alguém que não representa seu voto. Aí acredito que entra um ponto importante, que é a descrença na força de ação/coação do partido e dos candidatos que compuseram a legenda na eleição. Um caminho, então, seria mostrar a união dos mandatos em torno do partido, mostrar o diálogo e a abertura para a população, inclusive aqueles que não votaram nos eleitos, mas que votaram em seus suplentes e colegas partidários, de maneira a respeitar o programa partidário, o fechamento de questão nas casa de lei e a lei de fidelidade dos partidos.
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